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domingo, 25 de abril de 2010

Custo de alunos de rede pública se aproxima do preço da escola privada

Ao longo dos anos, as escolas particulares vêm se tornando referência de bom ensino. Os motivos para a melhor qualidade seriam as caras mensalidades, que permitem mais investimentos. Diferente do que acontece com a rede pública, que depende dos poucos recursos disponibilizados pelo governo. Mas uma pesquisa publicada pela revista Multi Cidades mostra que o custo médio por aluno na educação básica (Ensino Infantil e Fundamental) não é tão diferente entre as redes pública e a privada. Segundo a publicação, em 2008 o gasto médio por aluno foi de *R$3.229,54 para o município de Natal. Enquanto que, no mesmo ano, o gasto com mensalidade em uma das melhores escolas particulares da cidade foi de R$3.757,20.

Ainda segundo a publicação, Natal teve um gasto anual de R$191,9 milhões. Recife e Aracaju que gastaram por mês, R$3.770,40 e R$3.228,89, respectivamente por aluno. Mas se a diferença de investimento por aluno entre a rede pública e particular é de apenas R$527,66, por que a qualidade da educação oferecida pelos dois modelos é tão diferente?

Para a professora doutora do Departamento de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Magna França, não é possível comparar a escola pública com a escola privada. “A qualidade do aluno não se mede apenas pelo valor investido. Existe uma série de fatores que influenciam essa qualidade. A escola pública atende a uma clientela maior e diversificada, tem pouco espaço físico, entre outros. Além disso, ainda não temos dados suficientes para realizar uma pesquisa que correlacione a qualidade entre as duas redes de ensino”, explica a professora.

Ela diz ainda que “hoje não existe nenhum nível de planejamento para a distribuição correta dos recursos. Estamos trabalhando num índice chamado de Custo Aluno-Qualidade (CAQ) que determina o mínimo necessário por estudante para oferecer qualidade de ensino. No caso da educação, o certo seria verificar quantas crianças, adolescentes, jovens e adultos estão matriculados, quanto ainda é preciso para matricular e qual o investimento necessário para oferecer educação de qualidade a todos”.

Mesmo sem um índice, a professora - que também atua no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRN - concorda que os investimentos feitos na educação estão aquém do ideal. Hoje, 4,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil é investido em educação, o que dá uma média anual de R$2.632,00. Um crescimento de 0,2% em comparação com o ano anterior. Em valores, foi algo em torno de R$ 140 bilhões. Esses dados são de um estudo divulgado em março pelo Ministério da Educação. A série histórica indica que entre 2000 e 2008 o percentual passou de 3,9% para 4,7%, com alguns períodos de estabilidade e até de queda.

“Em países desenvolvidos o custo/aluno está entre R$6 mil e R$7 mil. Um valor bem abaixo do que nós investimos. Acredito que 10% do PIB seria um valor razoável para investimento”, diz Magna França.

Essa falta de investimento na educação básica acaba interferindo nas outras série do ensino. Basta verificar a relação: aluno escola pública X universidade pública. A UFRN é um exemplo. Dos 5.919 alunos matriculados na Universidade em 2010, 51,4% (3.241 estudantes) vieram de escolas particulares. O detalhe é que o número de candidatos da rede pública (13. 301) inscritos no Vestibular 2010 foi maior do que das particulares (11.844).

“A inscrição nos últimos vestibulares tem sido maior no grupo dos alunos da rede pública. Já a aprovação é maior na rede privada em razão das condições precárias de ensino do sistema público e das condições sócio- educacionais e culturais dos alunos das classes desfavorecidas”, confirma a presidente da Comissão Permanente do Vestibular (Comperve-UFRN).

Fonte: Tribuna do Norte

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