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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Robinson vai para a oposição, mas não leva todo o grupo que o apoiava

Presidente da Assembleia Legislativa amargou perdas políticas importantes ao desistir de ser candidato a governador e migrar para a oposição.

 O eleitor brasileiro está acostumado a ver políticos mudarem de lado como quem troca de roupa, conforme a conveniência do momento. A cena se repete eleição após a outra: muitos que são eleitos pela oposição se transferem sem pudores para a situação ao primeiro canto da sereia. Encontrar quem faça o caminho inverso é bem mais raro – mas não impossível. Na bacia das almas do governo Wilma de Faria (PSB), o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Robinson Faria (PMN), resolveu juntar-se ao exército oposicionista e combater o projeto que, até ontem, defendia com entusiasmo.

A oposição, liderada pelo senador José Agripino Maia (DEM), comemorou a decisão do líder do PMN como a cartada decisiva para reconquistar o poder no Rio Grande do Norte. Robinson, que antes pleiteava a candidatura ao governo, aceitou o lugar de coadjuvante e será o vice na chapa encabeçada pela senadora Rosalba Ciarlini (DEM). Mas a pergunta que mais se ouve nas rodas das conversas políticas é a seguinte: o que Robinson Faria, verdadeiramente, levará para a oposição?

Robinson mantinha sob suas asas um grupo político aparentemente coeso em torno do objetivo de fazer dele governador do RN. Líder do PMN, o deputado exercia controle informal sobre o PP e ainda contava com o apoio irrestrito do PTB. Além disso, os deputados federais João Maia (PR) e Henrique Eduardo Alves (PMDB) alimentaram a quimera da candidatura de Robinson com a criação da Unidade Potiguar (UP).

Em pouco tempo, porém, o que antes parecida sólido se desmanchou no ar. A Unidade Potiguar se transformou na primeira de várias perdas que o deputado passaria a acumular. O grupo que surgiu com estardalhaço prometendo ser a terceira via das eleições potiguares morreu antes mesmo da chegada do ano novo.

Coube ao peemedebista Henrique Eduardo Alves, líder do partido na Câmara Federal, fazer o primeiro movimento para esvaziar a UP. O deputado acertou-se com o vice-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB) e anunciou apoio à candidatura do socialista.

João Maia, embora mais resistente, seguiu o mesmo caminho de Henrique. João e Robinson trocavam promessas mútuas de seguirem juntos em 2010. Diziam que quem estivesse em melhor situação nas pesquisas de intenção de voto receberia o apoio do outro. Mas o republicano mudou de ideia depois que Henrique o indicou para uma das relatorias do projeto do Pré-Sal. A UP estava, definitivamente, encerrada.

Enfraquecido com essas duas importantes defecções, Robinson continuou sustentando que seria candidato ao governo, mas suas palavras soavam cada vez mais como a valsa da solidão. Restava-lhe, entretanto, a trinca de partidos que seguiam sua orientação na Assembleia Legislativa. O problema é que não tardou para essa base também começar a ruir.

Robinson perdeu o apoio do PTB com a migração do deputado estadual Ezequiel Ferreira para o palanque do primo e vice-governador Iberê Ferreira e sofreu um duro revés com a intervenção da Executiva Nacional no diretório potiguar do PP. Com esse movimento, a direção do partido evitou que o PP seguisse com o presidente da Assembleia Legislativa para a oposição.

Robinson classificou a intervenção no PP como “coisa de ditadura” e disse que a medida “não combina com o Brasil democrático que estamos vivendo hoje [no país]”. Magoado, responsabilizou o deputado federal Henrique Alves pela “manobra” que colocou o Partido Progressista nos braços de Iberê.

É verdade que há uma divisão no PP entre os que apóiam Iberê e os que preferem seguir a orientação de Robinson. Mas o fato é que o deputado não controla mais o partido e, a despeito de contar com a solidariedade de alguns prefeitos progressistas, não levará a legenda para o palanque de Rosalba.

Noves fora as perdas do caminho, Robinson ostenta alguns pontos importantes a seu favor: é presidente da Assembleia Legislativa, comanda uma bancada com três parlamentares e é pai do deputado federal mais votado na última eleição – Fábio Faria (PMN). Fora disso, é considerado a maior liderança política da região Agreste. Mesmo perdendo musculatura política ainda é uma peça fundamental no jogo da sucessão estadual.

 Fonte: nominuto.com 

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